terça-feira, 15 de outubro de 2013

CARONTE

Na mitologia grega, Caronte (em grego antigo: Χάρων, transl. Kháron - o brilho) é o barqueiro de Hades, que carrega as almas dos recém-mortos sobre as águas dos rios Estige e Aqueronte, que dividiam o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Uma moeda para pagá-lo pelo trajeto, geralmente um óbolo ou danake, era por vezes colocado debaixo da língua, sobre a boca ou sobre os olhos dos cadáveres, de acordo com a tradição funerária da Grécia Antiga. Segundo alguns autores, aqueles que não tinham condições de pagar a quantia, ou aqueles cujos corpos não haviam sido enterrados, tinham de vagar pelas margens por cem anos. No mitema da catábase, alguns heróis - como Héracles, Orfeu, Enéas, Dioniso e Psiquê - conseguem viajar até o mundo inferior e retornar, ainda vivos, trazidos pela barca de Caronte.
Era filho de Nix, a Noite.
Caronte recebeu esta tarefa após ter tentado roubar a Caixa de Pandora, obrigado por Hades. Surpreendido por Zeus, ele foi mandado para o Erebus onde deveria cumprir sua tarefa. Inicialmente, Caronte fazia a travessia junto com seu irmão gêmeo Corante. Cada um utilizava um remo e cada um ficava com uma das moedas e, quando mandavam uma gorjeta a mais, os dois dividiam. Assim deveria ser por toda a eternidade. Entretanto, Corante começou a notar que as gorjetas estavam cada vez mais raras e, quando as recebia, eram valores muito menores que o costumeiro, no que começou a duvidar de seu irmão. Assim, um dia descobriu que Caronte estava lhe roubando: pegava a gorjeta antes que ele visse e desviava parte do faturamento para si. Por isso os dois brigaram selvagemente por 13 meses (de 28 dias) e um dia. Neste tempo, os mortos perambulavam pela terra, pois não havia quem os conduzisse para o Outro Mundo. No 365º dia, Caronte matou seu irmão afogando-o no rio. Nesta hora, o corpo de Corante se dissolveu e tingiu todo o rio de vermelho.
Um mortal não poderia entrar na barca, e, pois, atravessar o rio, a não ser que tivesse como salvo-conduto um ramo de ouro de uma árvore fatídica consagrada a Perséfone. A profetisa Sibila de Cumas deu um desses ramos a Enéias, herói lendário, quando este quis descer aos infernos para rever seu pai. Hércules, porém, teve sua passagem concedida sem ter em mãos este ramo, o que fez com que Caronte fosse punido e exilado durante um ano nas profundezas do Tártaro.


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